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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Resenha: "A Batalha do Apocalipe" a maior história de todos os tempos

A literatura fantástica nunca mais será a mesma após a "Batalha do Apocalipse" de Eduardo Spohr. Foi com muita desconfiança que iniciei a leitura deste que viria a se tornar um de meus títulos preferidos - olha que eu já li quase dois mil livros nos últimos dezesseis anos, mas nada parecido com as aventuras do anjo Ablon. Foi com imensa alegria que constatei ao final da última página que não era apenas mais uma bobagem viral. Para minha surpresa, estava presenciando o nascimento de um clássico da Literatura Universal.

Não vou resumir a história, direi apenas que o sub-título: "da queda dos anjos ao crepúsculo do mundo" não exagera nem um pouco. Preparem-se para uma odisséia inesquecível através dos séculos, uma jornada sem precedentes na história da literatura, ao menos não em um único volume. Pode ser que haja algo que lembre "A batalha do Apocalipse", mas não que se iguale.

Antes que os amantes do Prof. Tolkien me apedrejem permitam-me que explique que o "Senhor dos Anéis" ainda é o livro de fantasia mais bem escrito quanto à linguagem. Porém, Tolkien escrevou com extremo capricho uma história simples que ele mesmo gostava de se referir como um conto de fadas muito longo, já o Eduardo Spohr como um mero mortal deu o seu melhor para escrever um épico incomensurável. É perfeito? Já disse que ele não é Tolkien. Gostei de tudo? Também não, mas isto não muda o fato de que este foi o livro "popular" mais bem escrito que já li. Uma prova de que um livro não tem que ser um lixo literário para virar um best seller.

Contudo, não se deixem enganar pelo meu discurso inflamado. Este livro é uma obra que exige fôlego e dedicação para se ler. Não recomendo para quem gosta de leitura fácil, daquela que dá pra ler meio dormindo. Recomendo aqueles leitores que amam livros longos com centenas de personagens, uma porção delas complexas e sedutoreas, que vivem uma história rica o suficiente para ser digana de ser chamada de "Saga".

Além da aventura hiper-emocionante aos moldes de um misto de "Cavaleiro dos Zodiaco" com "Dragon-ball Z" também há um pano de fundo cultural que permeia as 589 páginas do livro. Caramba! a impressão que dá é de se estar lendo uma biblioteca inteira sobre os mais diversos assuntos, com especial atenção para temas como teologia, sociologia, antropologia, filosofia, história, arqueologia e linguagem em geral, é claro, nada aprofundado, apenas pincelado aqui e ali entre um diálogo e outra, mas o suficiente para um leitor atento aprender algo a mais sobre a vida.

Mas o que realmente me impressionou foi a forma como o autor construiu sua própria mitologia mesclando com perfeição tudo que a imaginação e a crença da humanidade pode lhe oferecer como matéria-prima. Spohr conseguiu tapar todos os buracos e desatar todos o nós, não há contradição teológica para qual não tenha arranjado um "remendo" plausível. Agora é esperar o James Cameron unir forças com Spielberg para lançarem no cinema uma versão decente da maior história de todos os tempos.

Perdoem minha empolgação, mas só lendo para compreender a dimensão desta obra. Desejo uma boa leitura e um bom apocalipse para todos vocês!

sábado, 16 de outubro de 2010

Resenha: " O Livro de Tunes - Destino"

"Diria-se um cometa chocando-se com uma flor", isto é mais que belo, isto é Dhyan Shanasa, e não se deixe enganar pelo nome, trata-se de um autor nacional e dos mais talentosos. E é emocionado, ainda embriagado pela poeticidade de seu primeiro livro que escrevo esta resenha.
Um pequeno grande livro, eis "o Livro de Tunes - Destino", primeiro volume de uma trilogia que há de se tornar um marco na literatura fantástica nacional. Imitando um maneirismo do autor, Dhyan Shanasa, "diria que" nenhum outro livro chegou tão próximo da trilogia do "Senhor dos Anéis" quanto esta modesta pérola literária de 214 páginas.
A primeira vista, o cenário medieval-fantástico em que a trama se desenrola parece uma provincia da Terra-média, as personagens idem e o argumento sub-produto dos romanes de RPG: salvar à donzela, recuperar o artefato mágico e derrotar o Mal. Resumindo, um menino chamado Tunes é dado como oferenda a uma bruxa chamada Patelle, mas ele foge e unido com uma espécie de deusa-menina irá confrontar o Sauroman de saias para livrar seu mundo do mal. Até então, nada demais.
Contudo, um leitor sensível nota logo no primeiro parágrafo que não está diante de um texto comum, desses que se limitam a enredos desgastados e a uma prosa aguada. Basta uma ou duas páginas de leitura para identificarmos seu estilo lírico e suave, além das escolhas certeiras de condução da história que arremata o leitor.
Shanasa é um artista dos mais dignos, daqueles que buscam a perfeição de forma quase obsessiva. Profetizo que um dia tal obra-prima será reconhecida como uma das mais valiosas contribuições literárias de nossa língua. Mas,para não perder o costume, aponto uma minúscula nódoa na obra de Shanasa. A primeira edição apresenta meia dúzia de erros de digitação que se contrapõem ao perfeccionismo do autor, deslizes bobos que certamente serão corrigidos na próxima edição. Então, poderei afirmar sem receios que o "Livro de Tunes-Destino" é a jóia mais bem lapidada que já tive o prazer de apreciar como leitor.
Por favor, Shanasa publique logo o segundo volume!!!